AS PRODUÇÕES DOS MEMBROS DO GRUPO DE ESTUDOS BENEDITO NUNES, NO PERÍODO DE 2021-2024, SÃO AS SEGUINTES:

1 - DOUTORADO

1 - Tese de Doutorado de Flávio Jorge de Sousa Leal
Título da Tese: Os Contos de Haroldo Maranhão: Corpo e Violência
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fatima do Nascimento
Data de defesa: 15/02/2023

2 - Tese de Doutorado de Melissa da Costa Alencar
Título da Tese: Entre árias, gazéis e haicais: um estudo da recepção crítica, da linguagem e da poética tetraelementar de Olga Savary (1970-2008)
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fatima do Nascimento
Data de defesa: 30/11/2022

3 - Tese de Doutorado de Elisangela Ribeiro de Oliveira
Título da Tese: A Sátira nos Romances de Haroldo Maranhão
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fatima do Nascimento
Data de defesa: 15/12/2021

2 - MESTRADO

1 - Dissertação de Mestrado de Luã Leal Gouveia
Título da Dissertação de Mestrado: O sagrado se revelando em A paixão segundo G. H., de Clarice Lispector
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fatima do Nascimento
Data de defesa: 29/06/2022

2 - Dissertação de Mestrado (PROFLETRAS) de Adenilza Nunes Soares da Silva
Título da Dissertação de Mestrado: Zeus ou a menina e os óculos, de Maria Lúcia Medeiros: contribuições para o letramento literário no Ensino Fundamental
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fatima do Nascimento
Data de defesa: 29/04/2020

3 - A recepção crítica dos romances Perto do coração selvagem, O lustre e A cidade sitiada, de Clarice Lispector
Título da Dissertação de Mestrado: Zeus ou a menina e os óculos, de Maria Lúcia Medeiros: contribuições para o letramento literário no Ensino Fundamental
Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fatima do Nascimento
Data de defesa: 28/02/2020

4 - Dissertação de mestrado (Acadêmico) de Carolina Menezes de Brito Reis
Título da Dissertação de Mestrado: Itinerário de Bruno de Menezes: Poeta Modernista de Belém do Pará (1893-1931).
Data de defesa: 30/09/2019

5 - Dissertação de Mestrado (PROFLETRAS) de Leliane de Cássia Gonçalves Silva
Título da Dissertação de Mestrado: Leitura de Contos Mediada pelo Professor, em Sala de Aula, nos Anos Finais do Ensino Fundamental: da reflexão à ação interventiva
Data de defesa: 22/04/2019

1 - Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Pedro Fernandes dos Santos
Título do TCC: A recepção crítica de Benedito Nunes ao romance A hora da estrela, de Clarice Lispector
Data de defesa: 16/06/2021

2 - Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Rafaela Gonçalves de Souza
Título do TCC: Personagens Femininas no Romance A hora da estrela, de Clarice Lispector
Data de defesa: 11/12/2019

RESUMOS

PARA ALÉM DA DOUTRINA ESTÉTICA DE KANT: O "MANIFESTO DA BELEZA" OU O LUDISMO-LIBERTAÇÃO

Hugo Lenes Menezes (IFPI)
E-mail: hugomenezes@ifpi.edu.br

Especulações sobre a finalidade literária recuam a Platão, Aristóteles, Horácio e sua dialética do "dulce et utile" em "Arte poética" (~18 a.C), base de diversas e pertinentes concepções, sobretudo o ludismo, o evasionismo e o compromisso. Com apogeu na interpretação da Beleza (exatamente a pura) de Kant, em "Crítica da faculdade do juízo" (1790), e cultuado ao extremo pelos parnasianos, o ludismo voltado para o prazer estético desinteressado, ao centrar-se no jogo vocabular, em valores intrínsecos, confere autonomia à arte da palavra, da qual semelhante ludismo constitui a função primeira. Aqui, a obra por si é justificada. Nesse caso de juízo da Beleza, não é identificada nenhuma teleologia. Dominante no Movimento Romântico, o evasionismo, antes uma catarse do emissor e do receptor das tragédias antigas, mantém-se hoje na condição de escapismo: a ficção verbal é fuga, refúgio e alívio de tensões. Professado por um Sartre em "Que é a literatura" (1947), o compromisso equivale ao engajamento na realidade sociopolítico-cultural. Tais concepções são exclusivistas e incompletas. Não abrangem a heterogeneidade da literatura, cuja finalidade maior é plural, conforme ilustra uma expressão do ideário antiparnasianista e modernista no Pará: o "Manifesto da Beleza" (1923). Nele – uma publicação de Francisco Galvão pela revista "Belém Nova", ciente da diversificada missão das letras, o autor norte-brasileiro, para além da doutrina estética kantiana e na esteira da poética bandeiriana, defende um ludismo/lirismo que é libertação, que possibilita a uma ideia extrapolar os limites da Forma, a exemplo da do soneto. No enfocado contexto, Galvão ressalta igualmente a conquista, pela nossa nação, da liberdade dos negros escravizados, bem assim a conquista do governo democrático. Ao mesmo tempo, conclama seus irmãos de arte para a renovação modernista da Beleza. Por tudo isso, mediante pesquisa bibliográfica, objetivamos desenvolver, na comunicação ora resumida, o assunto do título em epígrafe.

PALAVRAS-CHAVE: Modernismo no Pará. Manifesto da Beleza. Revista Belém Nova. Francisco Galvão. Doutrina estética kantiana.

REFERÊNCIAS:

GALVÃO, Francisco. Manifesto da Beleza. Belém Nova. Belém, n.2, s/p, Academia Paraense de Letras (APL), 30 set., 1923. Apud NASCIMENTO, Maria de Fatima. Benedito Nunes e a moderna crítica literária brasileira (1946-1969), V.2, 2012, 579 p. Tese (Doutorado em Teoria e História Literária) - Instituto de Estudos da Linguagem -, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2012.

HORÁCIO. Arte poética. Trad. Cândido Lusitano. Porto Alegre: Concreta, 2022.

KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Trad. Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

SARTRE, Jean-Paul. Que é a literatura. Trad. Carlos Felipe Moisés. Petrópolis: Vozes, 2015.


- A AMAZÔNIA DE VICKI BAUM: UMA AUTORA ENTRE O ALEMÃO E O INGLÊS

XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABRALIC
10 A 14 DE JULHO DE 2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
SALVADOR (BA)
SIMPÓSIO: (EST)ÉTICAS PAN-AMAZÔNICAS – PLURIVERSOS CRÍTICOS E ARTÍSTICO-LITERÁRIOS NOS MECANISMOS DA INVENÇÃO DE UM MUNDO COMUM

A AMAZÔNIA DE VICKI BAUM: UMA AUTORA ENTRE O ALEMÃO E O INGLÊS

Hugo Lenes Menezes (IFPI)
E-mail: hugomenezes@ifpi.edu.br

Entre nós, a Amazônia motiva estudo: "Geoglifos" (2010), de Denise Schaan; poema: "Cobra Norato" (1931), de Raul Bopp; prosa de ficção: "O missionário" (1888), de Inglês de Sousa; "Cenas da vida amazônica" (1895), de José Veríssimo; "A Amazônia misteriosa" (1925), de Gastão Cruls; "Inferno verde" (1908), de Alberto Rangel; "Histórias da Amazônia" (1936), de Peregrino Junior, e "Os igaraúnas" (1938), de Raimundo Morais. Recebe contribuição dos lusos: "A selva" (1930), de Ferreira de Castro, e "A Amazônia no fabulário e na arte" (1962), de Gastão Bettencourt; bem assim dos colombianos: "A voragem (1924), de Eustasio Rivera, e "A neve do almirante" (1986), de Álvaro Mutis. Na literatura de expressão germânica, como a da Áustria, anexada à Alemanha em 1938, e particularmente a dos exilados, destacamos uma obra da escritora, dramaturga, jornalista, argumentista, roteirista e musicista Vicki Baum. Vienense de etnia judaica, sob um crescente antissemitismo e num ato de resistência vital, ela emigra em 1931 com a família para os Estados Unidos da América, onde se naturaliza e, a partir de 1941, decide reescrever todo seu trabalho em alemão na língua inglesa, trabalho esse banido do Terceiro Reich. A aludida obra, célebre mundialmente, corresponde a "The weeping wood" (1943), cuja tradução para o português, "A árvore que chora: o romance da borracha", é de Othon Moacir Garcia. Tal romance de denúncia enfoca um seringal brasileiro e seu produto à custa da exploração dos caboclos nativos, num ciclo findo com a concorrência na Ásia. A borracha muda o olhar e os interesses sobre as Amazônias nacional e internacional, ao inseri-las na ação predatória do capitalismo selvagem.

PALAVRAS-CHAVE: Amazônia; Vicki Baum; a árvore que chora; ciclo da borracha; capitalismo.

REFERÊNCIAS:

BAUM, Vicki. "A árvore que chora". São Paulo: Globo, 1946.

PRADO COELHO, Jacinto do. Amazonas. In. Dicionário de literatura. Porto: Figueirinhas, 2002.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In. LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO – Colección Sur Sur, 2005.

SAID, E. W. Cultura e imperialismo. Tradução de Denise Bottman, São Paulo (SP): Companhia das Letras, 1995.

SCHAAN, Denise Pahl; RANZI, Alceu; BARBOSA, Antonia Damasceno (Orgs.). "Geoglifos: paisagens da Amazônia Ocidental". Rio Branco: Gknoronha, 2010.